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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Brevíssima história de Paris (I)



A região de Paris foi ocupada pelos celtas por volta de mil anos antes de Cristo. Segundo César, em Guerra das Gálias, a margem do rio Sena era ocupada pelos gauleses pariisi, em meados do século I a.C. O nome latino era Lutetia Parisiorum e não era a capital da província gaulesa (Lugdunum, a atual Lyon, era a sede da administração romana). Durante o século V a pequena cidade com seus dez mil habitantes, se tanto, foi invadida e conquistada pelo germânicos da confederação dos francos. O seu nome foi alterado para Lukotecia.

Por que não começar pelos EUA?


Eu formei minha consciência do mundo na era Reagan (1981-8). Foi quase tão linha dura quanto a era Bush, filho (2001-08). Embora estivesse cursando História a minha maior oposição ao Tio Sam era mais cultural do que política: filmes tipo Rambo, aeróbica, cabelos ridículos e mal copiados da new wave, break, hard pop, bonés, etc., idiotias adolescentes, carrões, os EUA representavam para mim o predomínio do mau gosto. Miami, então, nossa, que jequice. Eu achava que a falação constante sobre Nova York era babação de ovo do povo global. Hoje não penso mais assim. Nova York fica para depois de depois, se eu conseguir o visto, rs...

Por que não começar por Londres?




Londres para mim é a cidade. Há mais de vinte anos que amigos, colegas e familiares me ouvem dizer que lá iria em primeiro lugar. Para quem gosta muito de ouvir rock britânico maiores explicações não são necessárias. As melhores lojas de vinis e cds, e o maior número de shows do que qualquer outro lugar do mundo. Em matéria de cultura de rua, pelo menos até o final do século passado, Londres imperava. Mas o rock dos últimos quinze anos não me agradou muito, e comprar dezenas de cds não exige, há muito tempo, que se vá até lá, como era na década de oitenta. A explicação é óbvia. Fica para a próxima.

Começou assim...


No final do ano passado resolvi tirar o meu passaporte, aproveitando a inscrição online. Foi o primeiro indício. Depois passei a pesquisar nos sites turísticos sobre pacotes. Não fiquei muito animado, menos ainda com estes congestionamentos e overbookings nos aeroportos. Pensei: juntar uma grana violenta para ser maltratado como o povão quase sempre o é?

2011 começou e depois de muitos anos vou curtir merecidas e atrasadas férias prêmios. Para onde ir? Como sou quieto em matéria de lazer viajativo (nunca andei de avião e só conheço - pouco - o Sudeste brasileiro) pensei em iniciar por Buenos Aires, que todo mundo me diz que é uma cidade e tanto. Fui numa companhia de turismo com pendores monopolísticos e o custo-benefício não me agradou. Como é muito divertido brincar de tomar preços perguntei por Londres e Paris. E aí me veio o óbvio: as duas maiores metrópoles europeias em menos de uma semana? Vai tomar um chazinho, comer uma baguetinha e de volta para Pindorama?!. Ê,ê.

E aí passei-me a concentrar em Paris. Então tá então, só sei que foi assim.

Linha editorial

Este blog tem por objetivo, em primeiro lugar, servir de guia pessoal para a viagem que espero concretizar daqui a alguns meses. É uma forma de selecionar o que encontro nos diversos sites que muito bem orientam aos seus leitores. Vai servir como uma espécie de manual online já voltado para os meus interesses prioritários para quando lá estiver.

Acredito que possa ser útil também para aqueles que têm um perfil semelhante ao meu: nem muitos e nem poucos recursos, fluência razoável em inglês e francês, curiosidade mas sem loucuras ou grandes imprudências, e, principalmente, uma grande preocupação em não transformar um sonho em um amargo pesadelo.

Não é um blog que traz novidades para os "connaisseurs" que vão à Europa com a frequência com que vou à minha cidade natal, Santos Dumont (MG): vocês tem todo o meu respeito. E muito menos para jovens adolescentes que ganham de presente aos quinze anos de aniversário uma viagem de três meses pela Europa: vocês têm todo o meu despeito, rs...

Da mesma forma que no Panótico (http://www.panoticum.blogspot.com/) críticas, sugestões, etc. são muito bem-vindos.

Dreams come true





Quando criança, na década de setenta, eu queria, como todo moleque, ir à Disneylândia (Disneyland mesmo, a Disneyworld de Orlando ainda não havia sido construída). Mas era algo tão distante que eu não dava bola. Mas veio a adolescência e, conforme eu disse no primeiro post do Panoticum, o Kraftwerk mudou minha vida: minha atenção voltou-se para leste de Greenwich. Mas continuei não dando muita bola. A consciência de que a maioria das coisas de que gosto vinham do velho continente emergiu com a new wave e o pós-punk. Londres passou a ser a cidade desejo, com suas mega lojas de vinis e os seus shows de rock quase diários. Durante o meu mestrado o meu sonho de viajar não rolou. Veio o governo Collor e a situação por aqui ficou brava (pelo menos para mim e para milhões de pessoas de classe média-média). O desejo virou utopia...

Mas, após muito ralar na vida, a utopia passou a sonho, de sonho a aventura (não sou chegado a elas), depois possibilidade, tudo muiiiiito lentamente, e agora se tornou probabilidade.

Dreams come true.





It can happen.