Páginas

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Filmes parisienses (2)






Mon Oncle
(1958)

Este filme é puro cinema. O humor na era da ingenuidade, mas em pleno auge da Guerra Fria. A crítica bem-humorada numa era pré-maio de 1968. O humano versus o tecnologico. Os valores permanentes versus os efêmeros. Quem já foi criança vai gostar. Jacques Tati dirige e protagoniza como o chapliniano Monsieur Hurlot, o desempregado tio de um garoto que habita uma casa cheia de recursos e permanentemente ensolarada (a Vila Arpel), em um subúrbio de Paris. Esta obra prima influenciou diversos filmes e desenhos. Se você viu Eduardo Mãos de Tesoura, Amélie Poulain e O Ilusionista vai perceber as referências. Sem legendas, as falas são compreensíveis pela linguagem corporal.

História de Paris (3)

Igreja de Saint-Germain-des-Près. (6ème arr.)


A Paris do início da Idade Média encheu-se de abadias e igrejas. No ano de 543 o filho de Clóvis (481-511), Childeberto (511-558) fundou a basílica que deu origem à igreja de Saint-Germain-des-Près (foto) (http://www.eglise-sgp.org/) em que passaram a serem conservadas as relíquias reais. No local onde se situa Notre-Dame foi construída a catedral de Saint-Étienne (catedral é o edifício sede de bispados, portanto há apenas uma por cada diocese), que foi arrasada pela invasão normanda.

A Paris do século VII passou a ser um importante porto fluvial, e judeus e sírios se instalaram na cidade. Mas após a morte de Childeberto, Paris foi disputada entre o seus filhos e um tratado estabeleceu que ela não poderia mais ser a residência do rei. No século VIII o centro político do Reino franco deslocou-se mais ao norte (Austrásia), e Paris tornou-se uma localidade de menor importância.



O Conde Eudes defende Paris dos normandos (885)

Em 885 quarenta mil normandos (vikings) cercaram a Île de la Cité, quarenta anos após iniciarem as invasões ao norte do Sena. Paris resistiu por dois anos, e da família que comandou a defesa da fortaleza se originou a dinastia dos Capetíngios (a partir de 987). Mas a cidade de Paris era virtualmente um domínio do bispo de Paris, e somente no início do século XI a monarquia voltou a ter um palácio real às margens do Sena.


Maquete do Palais de la Cité (século XI)