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sexta-feira, 19 de julho de 2013

Tenho cara de estadunidense?




Não me identificarem como brasileiro ou latino-americano em Paris ou Londres eu acho normal. Mas em Lisboa todo mundo andar a falar em inglês comigo foi um bocado estranho. Eu imagino que foi por causa do meu visual (boné, bermudão, e tênis alto com meia). Mais estranho foi o espanto de alguns em me ver tentando falar o português de lá. Em determinada ocasião, quando saía do meu prédio, vi um homem a falar, em tom de segredo, para um amigo, sobre os brasileiros. Olhou para os lados, por precaução, viu-me caminhando em sua direção, me tomou por outra nacionalidade, e, despreocupado, falou para o colega: "os brasileiros mudam para cá e não se põem a aprender a língua", rs...

Foi mais uma razão para que eu me esforçasse em falar o português europeu.

Largo de Santa Luzia




















Miradouro de Santa Luzia

Miradouro de Santa Luzia


O miradouro de Santa Luzia foi o primeiro ponto com muitos turistas de dezenas de países que encontrei. Lisboa parece mais diversificada do que Paris, embora não com o mesmo contingente de turistas. Não sei de nada lá que tenha filas de duas horas, como na capital francesa. Há muita gente do norte e leste da Europa à procura do verão subtropical do sul europeu. Acho que prevalecem os alemães, suecos e russos, proporcionalmente. Vi muitos espanhóis, italianos, franceses e brasileiros. Não vi argentinos e nem outros povos sul-americanos. 

















A beleza imanente deste lugar dispensa que eu comente qualquer coisa a mais.

Pausa para uma homenagem.



Este rio, mais impressionante que o Tâmisa e o Sena, merece esta música:


Sé, bondinhos, Alfama e miradouro



Sé (em direção ao Castelo e Alfama)


A Sé é a igreja que marca a conquista de Lisboa pelos portucalenses (1147). A região da Alfama é a antiga cidade moura de Lisboa (Al'Ushbouna), fica a leste da Baixa.





















Em Alfama tivemos o nosso primeiro almoço português. Eu vi a palavra mágica "vegetariano" seguida da palavra suculenta "falafel". Por 5 € um imenso falafel, com fritas à moda belga e bebida. O dono me parecia um hindu, mas era um paquistanês de Bangladesh, assim como muitos dedicados ao pequeno comércio em Lisboa. Mal falava português, mas trocamos muitas ideias sobre os nossos países em inglês. Inimigos dos hindus e dos paquistaneses do Paquistão, eles têm orgulho de seu passado e não gostam de ser confundidos com seus vizinhos.

Passeando pela Baixa












Muitos carros ficam estacionados nas ruas, quase não há garagens na região da Baixa, por motivos óbvios, os prédios são do século XVIII.






Não tomei vinho do Porto por lá...



... mas trouxe uma garrafa para beber aqui.

Elevador de Santa Justa


Não fui e não me arrependo: fila lentíssima, preço injustificado (5 €), há dezenas de miradouros mais interessantes do que este. Típico programinha fast-food de turismo bate-e-volta.

Acordando cedo para passear


Eu estou acostumado a acordar muito cedo, pois levanto às seis de segunda à sexta para dar aulas. Quando viajo eu também acordo cedo e fico louco para passear, aproveita-se muito estas horas com poucas pessoas nas ruas. Tal como em Londres e Paris, Lisboa não acorda antes das nove horas da manhã. Bom para mim, pego o metrô bem vazio e posso fotografar à vontade.




A primeira vez que fizemos compras em supermercado a atendente me perguntou de cara quantos sacos plásticos eu queria (apenas 0,02 € cada), eu respondi que não sabia quantos seriam necessários para mais de vinte volumes. Ela riu, com simpatia, e foi a primeira de muitas vezes que os hábitos portugueses me exigiram pensar rápido e me causaram uma certa perplexidade.